quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Lenda da pedra filosofal




Lenda da pedra filosofal
Na nossa cultura sempre ouvimos falar em um objeto místico chamado Pedra Filosofal. Tal objeto está inserido em filmes de aventura, romances históricos, desenhos animados, jogos eletrônicos, livros de teorias da pseudo-história etc. Mas você sabe como surgiu essa lenda medieval que hoje tem menos importância do que naquele tempo?

Se você pegar um livro medieval em seu idioma original, verá referência à “Lapis Philosophorum”, que em latim era o nome da referida Pedra Filosofal, e obtê-la era um dos principais objetivos dos alquimistas da Idade Média. Recentemente, escrevi um post falando o que era a alquimia e sua importância para os dias de hoje.


De acordo com o homem medievo e suas crenças, a Pedra Filosofal poderia transformar qualquer metal em ouro, além de transmutar animais e seres humanos sem a necessidade de sacrificar algo que dê algum valor considerável em troca. Também segundo a lenda, a Pedra seria responsável pelo famoso Elixir de longa vida, que permitiria ao ser humano viver por quase toda a eternidade.

É por conta dessa série de crenças e de um período pautado pelo pensamento religioso que fez com que a Idade Média (476 d.C. até 1453) seja considerada uma “Idade das Trevas”, um período obscuro para a humanidade, o que não é realidade. Apesar do número grande de crenças bizarras, foi nesse período que as universidades, nos moldes como as conhecemos até hoje, foram formatadas.



A lenda da Pedra Filosofal circulou ativamente de feudo a feudo, de publicação em publicação, fazendo com que os alquimistas buscassem algo que não conheciam bem e não tinha formato físico definido. Seria como buscar por algo que não se tem certeza, não se sabe onde. De acordo com alguns historiadores, a procura por pedras Filosofais são, em certo sentido, semelhantes à busca pelo Santo Graal das lendas arturianas.


Um pouco da lenda...
Ao longo da história, criações de Pedras Filosofais foram atribuídas a várias personalidades, como Paracelso e Fulcanelli, porém é inegável que a lenda mais famosa refere-se a Nicolas Flamel (foto abaixo), um alquimista real que viveu no século 14. Segundo o mito, Flamel encontrou um antigo livro que continha textos intercalados com desenhos enigmáticos. Porém, mesmo após muito estudá-lo, Flamel não conseguiria entender do que se tratava. Segundo a lenda, ele teria encontrado um sábio judeu em uma estrada em Santiago de Compostela, na Espanha, que fez a tradução do livro, que tratava de cabala e alquimia, possuindo a fórmula para uma Pedra Filosofal. Por meio deste livro, Nicholas Flamel teria conseguido fabricar uma Pedra. Segundo a lenda, esta seria a razão da riqueza de Flamel, que inclusive fez várias obras de caridade, adornando-as com símbolos alquímicos. Quando morreu, a casa de Flamel teria sido saqueada por caçadores de tesouros ávidos por encontrar Pedras Filosofais. A lenda conta que, na realidade, ambos, Flamel e sua esposa, não faleceram, e que em suas tumbas foram encontradas apenas suas roupas no lugar de seus corpos.





No geral, podemos dizer que, atualmente, a Pedra Filosofal é um dos vários folclores que rondaram a mentalidade do povo medieval. Acabou se perpetuando por questões que envolvem o próprio mistério da lenda em si – algo poderoso, perdido, irreconhecível, escondido. Nunca podemos realizar anacronismos ao misturarmos teorias díspares para tentar explicar um fato, como associar essa lenda a teorias de conspiração envolvendo a Maçonaria, os Illuminati etc

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