sábado, 15 de dezembro de 2012

Lenda da Porca do setes leitões.

                                                 Porca do setes leitões.


Conta a lenda que uma Baronesa , praticava muitas maldades contra seus  escravos. Os escravos cansados de tanta crueldade resolveram tomar uma atitude. Um feiticeiro negro revoltado com suas injustiças lançou um feitiço na Baronesa,  ela foi transformada em porca , e seus sete filhos foram transformados em porquinhos. Segundo dizem, a sina deles é andar fuçando com o focinho no chão a procura de um anel enterrado, quando encontrarem esse anel, quebrarão o feitiço e voltarão a ser o que eram.


Lenda da Mãe do Ouro

                                                        Lenda da Mãe do Ouro


A lenda da Mãe-do-ouro, no folclore brasileiro, é uma bola de fogo que indica os locais onde se encontram jazidas de ouro que não devem ser exploradas. Às vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transformaria também em uma belíssima mulher com um vestido longo de seda e com cabelos dourados refletindo luz e voando pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas, e, após atrair homens que maltratam as esposas, os faz largar suas famílias, mas trata de não deixar a mulher sofrendo, e coloca outra pessoa em seu caminho.

Lenda do Pai do Mato

                                                            Pai do Mato


Esta Lenda é muito comum na Região Centro Oeste do Brasil, principalmente na região de Goiás. De acordo com a Lenda o Pai do Mato habita as matas defendendo os bichos contra as pessoas, segundo contam poucas pessoas já o viram,  pois ele raramente aparece , e ele têm as seguintes características: Aparantemente tem a  altura de um homem ,possui o corpo coberto de pêlos e as mão semelhantes a dos  macacos, no rosto dele há uma barbicha bem vistosa e na cor negra  e ele têm o nariz na cor azul.

Costuma andar com grupos de caititus (porco-do-mato), onde utiliza o maior animal como montaria. Contam o seu umbigo é seu ponto fraco.

Lenda do Bicho-Homem

                                                                Bicho-Homem


Diz a lenda que o bicho-homem está presente em várias regiões do Brasil, onde a sua figura, com pequenas variações, é descrita como sendo a de uma criatura alta, quase um gigante, com um olho só no meio da testa, também um só pé redondo e enorme, que quando caminha vai deixando pelo chão pegadas redondas. Os dedos de suas mãos são compridos e disformes, as unhas longas e afiadas, e os gritos que costuma emitir assombram os moradores da região onde habitualmente ele se oculta. Quem já o viu diz que ele é muito grande, forte, e extremamente feroz.

É capaz de derrubar a socos e unhadas  uma montanha, beber rios e transportar florestas. Vive escondido em locais de muitas serras e vales e é devorador de homens.

Lenda da Alamoa

                                                                    Alamoa


Conta a Lenda que Alamoa  ou dama branca é  a aparição de uma mulher branca, muito bonita, loura  e que anda nua, , e que aparece dançando na praia iluminada pelos relâmpagos de tempestade próxima. Dizem que ela atrai os pescadores ou caminhantes que voltam tarde e depois se transforma em um esqueleto, endoidecendo o namorado que a seguiu. Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela. Sua residência é o Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha.

Lenda da Vitória-Régia

                                                                 Vitória-Régia



Conta a lenda que uma índia chamada Naiá, ao contemplar a lua (Jaci) que brilhava no céu apaixona-se por ela. Segundo contava os indígenas, Jaci descia a terra para buscar alguma virgem e transformá-la em estrela do céu. Naiá ao ouvir essa lenda, sempre sonhava em um dia virar estrela ao lado de Jaci. Assim todos as noites, Naiá saia de casa para contemplar a lua e aguardar o momento da lua descer no horizonte e sair correndo para tentar alcançar a lua. Todas as noites Naiá repetia essa busca, até que uma noite Naiá, decide mais uma vez tentar alcançar a lua, nessa noite Naiá vê o reflexo da lua nas águas do igarapé e sem exitar mergulha na tentativa de tocá-lo e acaba afogando-se. Jaci se sensibiliza com o esforço de Naiá e a transforma na grande flor do Amazonas, a Vitória Régia, que só abre suas pétalas ao luar.

Lenda da Iara

                                                                 Lenda da Iara


Conta a lenda que Iara é um ser , metade peixe metade mulher que vive nos rios ,esta Lenda é muito comum na região Amazônica. Segundo pesquisadores esta lenda surgiu entre os índios e passou a fazer parte principalmente das vidas das populações ribeirinhas, onde muitas dessas pessoas são descendentes de índios, ou estão muito próximos da cultura indígena, passando a serem influenciadas direta ou indiretamente. Segundo a Lenda as pessoas, principalmente homens, sempre eram atraídos pela beleza irresistível da Iara, uma linda índia com cabelos longos e pretos ,corpo muito bonito e ao som de uma música mágica leva as pessoas para o fundo das águas, onde existe o seu reino. Iara além de possuir um belo canto também contava com a sua beleza, podendo ao sair da água assumir a forma humana de uma mulher.


Lenda da Princesa Encantada de Jericoacoara.

                                              A Princesa Encantada de Jericoacoara.


A cidade encantada e a princesa estariam além daquele portão. A encantadora princesa está transformada, por magia, numa serpente de escamas de ouro, só tendo a cabeça e os pés de mulher.

De acordo com a lenda, ela só pode ser desencantada com sangue humano. Assim, no dia em que alguém for sacrificado junto do portão, abrir-se-á a entrada para um reino maravilhoso. Com o sangue será feita uma cruz no dorso da serpente, e então surgirá a princesa com toda sua beleza, cercada de tesouros inimagináveis, e a cidade com suas torres douradas, finalmente poderá ser vista. Então, o felizardo responsável pelo desencantamento, poderá casar com a princesa cuja beleza é sem igual nesse mundo.

Mas, como até hoje não apareceu ninguém disposto a quebrar esse encanto, a princesa, metade mulher, metade serpente, com seus tesouros e sua cidade encantada, continuam na gruta a espera desse "heroí".

Essas princesas-serpentinas são comuns no folclore nortista. Mário Melo fala da furna da Serra Talhada, em Vila Bela, Pernambuco, morada duma princesa, semelhante a esta.

Princesas tornadas serpentes são vestígios do ciclo das Mouras na península ibérica. Em Portugal quase a totalidade das Mouras Encantadas vive sob a forma de serpentes. Nas noites de São João ou Natal, antes da meia-noite, voltam à forma humana, tornadas mulheres lindas, cantam, penteando-se com pentes de ouro. Ao seu lado pode-se ver a pele de serpente à espera do corpo para a continuação da maldição. O ferimento, mesmo diminuto, bastando apenas que derrame sangue, quebra o encanto. Aqui a lenda se assemelha com o mito da Cobra Onorato, do Pará.


Na cidade de Jericoacoara, no Ceará, diz a lenda que, debaixo do morro do farol local, existe uma linda princesa encantada, morando numa gruta, cheia de riquezas. Só se desencantará se alguém for sacrificado. A Princesa está transformada numa serpente, com a cabeça e os pés femininos. Faz-se uma cruz com o sangue humano no dorso da cobra. E ela voltará a forma humana para sempre.

Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar agachado. Esta furna de fato existe. Só se pode entrar pela boca da caverna, mas não se pode percorrê-la, porque, está bloqueada por um enorme portão de ferro.


Lenda do Chibamba

                                                                    Chibamba


Fantasma do ciclo das assombrações criadas para assustar crianças, para fazer parte dos seus pesadelos noturnos. É do sul de Minas Gerais. Amedronta as crianças que choram, as teimosas e as malcriadas. Anda envolto em longa esteira de folhas de bananeira, ronca como se fosse um porco e dança de forma compassada enquanto caminha; às vezes gira.

O nome é um vocábulo africano, Bantu na verdade, e teria como significado uma espécie de canto ou dança africana à exemplo do Lundu.




Lenda do Zumbi

                                                                    Zumbi


Zumbi foi o título do chefe dos rebelados escravos que se refugiaram no Quilomdo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. Em Sergipe, Zumbi é um negrinho que se confunde com o Saci, que aparece nos caminhos em meio à mata e é companheiro da Caipora, mas não usa a carapuça vermelha. Anda nu ou quase nu, sempre procurando crianças que vão pegar frutas sivestres, para desorientá-las com seus longos e finos assobios, ou surrá-las, como faz o Curupira.
No Rio de Janeiro, fala-se de um Zumbi da meia-noite, um espectro que vagava à noite alta pelas ruas intimidando as pessoas. Relato semelhante a esse, também foi colhido no interior de Pernambuco, apenas que neste, ele canta: "Lá vem o Zumbi da Meia-Noite..". E se perde dançando na noite. Há também referências a um Zumbi diabinho malicioso, moleque. Zumbi também se diz Feiticeiro. Uma vaga tradição fala de um Zumbi retraído, misterioso, taciturno, saindo apenas à noite.




Lenda do Açai

                                                                          Açaí


Há muito tempo atrás, quando ainda não existia a cidade de Belém, vivia neste local uma tribo indígena muito numerosa. Como os alimentos eram escassos, tornava-se muito difícil conseguir comida para todos os índios da tribo. Então o cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele dia todas as crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional de sua tribo. Até que um dia a filha do cacique, chamada IAÇÃ, deu à luz uma bonita menina, que também teve de ser sacrificada. IAÇÃ ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades de sua filhinha. Ficou vários dias enclausurada em sua tenda e pediu à Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças. Certa noite de lua IAÇÃ ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua linda filhinha sorridente, ao pé de uma esbelta palmeira. Inicialmente ficou estática, mas logo depois, lançou-se em direção à filha, abraçando – a . Porém misteriosamente sua filha desapareceu. IAÇÃ, inconsolável, chorou muito até desfalecer. No dia seguinte seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos negros fitavam o alto da palmeira, que estava carregada de frutinhos escuros. Itaki então mandou que apanhassem os frutos em alguidar de madeira, obtendo um vinho avermelhado que batizou de AÇAÍ, em homenagem a sua filha (IAÇÃ invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu sua ordem de sacrificar as crianças.

Lenda da Lua

                                                                           A Lua


Naquele tempo não existiam estrelas ou lua. E a noite era tão escura que todos se encolhiam dentro de casa com medo dela. Na tribo, só uma índia não tinha medo. Ela era uma índia clara e muito bonita, mas era diferente das outras. E por ser diferente, nenhum índio queria namorar com ela, e as índias não conversavam com ela. Sentindo-se só, começou a andar pelas noites. Todos ficavam surpresos com aquilo, e quando ela voltava, dizia a todos que não havia perigo. Mas havia outra índia, feia e escura, que ficou com inveja da índia clara. E por isso, tentou sair uma noite também. Mas não conseguiu enxergar na escuridão e tropeçou nas pedras, cortou os pés nos gravetos e se assustou com os morcegos. Cheia de raiva, foi conversar com a cascavel. – Cascavel, quero que morda o calcanhar da índia branca para que ela fique escura, feia e velha, e que ninguém mais goste dela. Na mesma hora, a cascavel se pôs a esperar a índia clara. Quando ela passou, deu o bote. Mas a índia tinha os pés calçados com duas conchas e os dentes da cobra se quebraram. A cobra começou a amaldiçoá-la e a índia perguntou porque ia fazer aquilo com ela. A cascavel respondeu: – Porque a índia escura mandou. Ela não gosta de você e quer que você fique escura, feia e velha. A índia branca ficou muito triste com tudo aquilo. Não poderia viver com pessoas que não gostassem dela. E não agüentava mais ser diferente dos outros índios, tão branca e sem medo do escuro. Então, fez uma linda escada de cipós e pediu para que sua amiga coruja a amarasse no céu. Subiu tanto, que ao chegar ao céu estava exausta. Então dormiu numa nuvem e se transformou num belíssimo astro redondo e iluminado. Era a lua. A índia escura olhou para ela e ficou cega. Foi se esconder com a cascavel em um buraco. E os índios adoraram a lua, que iluminava suas noites, e sonharam em construir outra escada para poder ir ao céu encontrar a bela índia.



Lenda de Tamba-Taja

                                                                  Tamba-Taja

Na tribo Macuxi havia um índio forte e muito inteligente. Um dia ele se apaixonou por uma bela índia de sua aldeia. Casaram-se logo depois e viviam muito felizes, até que um dia a índia ficou gravemente doente e paralítica. O índio Macuxi, para não se separar de sua amada, teceu uma tipóia e amarrou a índia à sua costa, levando-a para todos os lugares em que andava. Certo dia, porém, o índio sentiu que sua carga estava mais pesada que o normal e, qual não foi sua tristeza, quando desamarrou a tipóia e constatou que a sua esposa tão querida estava morta. O índio foi à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé. Enterrou-se junto com a índia, pois para ele não havia mais razão para continuar vivendo. Algumas luas se passaram. Chegou a lua cheia e naquele mesmo local começou a brotar na terra uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a TAMBA-TAJÁ, planta de folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso uma outra folha de tamanho reduzido, cujo formato se assemelha ao órgão genital feminino. A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi. O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos. Se, por exemplo, em uma determinada casa a planta crescer viçosa com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresenta mais de uma folhinha em seu verso, acredita-se então que existe infidelidade entre o casal. De qualquer modo, vale a pena cultivar em casa um pezinho de TAMBA-TAJÁ.

Lenda dos Rios

                                                                     Os Rios.

A origem dos rios Xingu e Amazonas também faz parte do imaginário indígena. Dizem que antigamente era tudo seco. Juruna morava dentro do mato e não tinha água nem rio. Juriti era a dona da água, que a guardava em três tambores.
Os filhos de Cinaã estavam com sede e foram pedir água para o passarinho, que não deu e disse: “Seu pai é Pajé muito grande, porque não dá água para vocês?” Aí voltaram para casa chorando muito. Cinaã perguntou porque estavam chorando e eles contaram.
Cinaã disse para eles não irem mais lá que era perigoso, tinha peixe dentro dos tambores. Mas eles foram assim mesmo e quebraram os tambores. Quando a água saiu, Juriti virou bicho. Os irmãos pularam longe, mas o peixe grande que estava lá dentro engoliu Rubiatá (um dos irmãos) , que ficou com as pernas fora da boca.
Os outros dois irmãos começaram a correr e foram fazendo rios e cachoeiras. O peixe grande foi atrás levando água e fazendo o rio Xingu. Continuaram até chegar no Amazonas. Lá os irmãos pegaram Rubiatá, que estava morto. Cortaram suas pernas, pegaram o sangue e sopraram. Rubiatá virou gente novamente. Depois eles sopraram a água lá no Amazonas e o rio ficou muito largo. Voltaram para casa e disseram que haviam quebrado os tambores e que teriam água por toda a vida para beber.


Lenda do Fogo

                                                                        Fogo

Esta lenda e representada por Minarã, índio que guardava somente para si os segredos do fogo e somente havia uma lareira em toda a terra conhecida pelos Caiangangues. A luz e o calor vinham só do sol. Não havia recurso contra o frio e os alimentos eram comidos crus. Sua cabana era constantemente vigiada e sua filha, Iaravi, era quem mantinha o fogo sempre aceso. Os Caiangangues, porém, não desistiam de saber o segredo do fogo também. Necessitavam do fogo para sua sobrevivência e não se conformavam com a atitude egoísta de Minarã. Foi assim que Fiietó, inteligente e astuto jovem da tribo, decidiu tirar de Miranã o segredo do fogo. Transformado em gralha branca- Xakxó- partiu voando para o local da cabana e viu que Iaravi banhava-se na águas do Gôio-Xopin, rio largo e translúcido. Fiietó lançou-se no rio e deixou-se levar pela correnteza disfarçado de gralha. A jovem índia fez o que Fiietó previa. Pegou a gralha e levou-a para dentro da cabana e colocou-a junto à lareira. Quando secou suas penas, a gralha pegou uma brasa e fugiu. Minarã, sabendo do ocorrido, perseguiu a gralha que se escondeu numa toca entre as pedras. Minarã chuçou a toca até que viu a vara ficar manchada de sangue. Pensando que havia matado Xakxó, regressou contente à sua cabana. De fato, a vara ficou manchada de sangue porque Fiietó, esperto, esmurrara seu próprio nariz para enganar o índio egoísta. Saindo de seu esconderijo, a gralha voou até um pinheiro. Ali reacendeu a brasa quase extinta e com ela incendiou um ramo de sapé levando-o também no bico. Mas com o vento, o ramo incendiou-se cada vez mais e, pesado, caiu do bico de Xakxó. Ao cair atingiu o campo e propagou-se para as matas e florestas distantes. Veio a noite e tudo continuou claro como o dia. Foi assim dias e dias. De todas as partes vieram índios que nunca tinham visto tamanho espetáculo e cada um levou brasas e tições para suas casas.

Lenda dos Diamantes

                                                                      Os Diamantes

Segundo a lenda, um casal de índios vivia, juntamente com sua tribo, à beira de um rio da região Centro-Oeste. Ele, um guerreiro poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que significa “braço forte”. Ela, uma jovem e bela moça, tinha o nome de Potira, que quer dizer “flor”. Viviam os dois muito felizes, quando sua tribo foi atacada por outros selvagens da vizinhança. Começou a guerra e Itagibá teve que acompanhar os outros guerreiros que iam lutar contra o inimigo. Quando se despediram, Potira não deixou cair uma só lágrima, mas seguiu, com o olhar muito triste, o marido que se afastava em sua canoa que descia o rio. Todos os dias, Potira, com muita saudade, ia para a margem do rio, esperar o esposo. Passou-se muito tempo. Quando os guerreiros da tribo regressaram à sua taba, Itagibá não estava entre eles. Potira soube, então, que seu marido morreu lutando bravamente. Ao receber essa notícia, a jovem índia chorou muito. E passou o resto da vida a chorar. Tupã, o deus dos indíos, ficou com dó e transformou as lágrimas de Potira em diamantes, que se misturaram com a areia do rio. É por isso, dizem, que os diamantes são encontrados entre os cascalhos e areias do rio. Os diamantes são as lágrimas de saudade e de amor da índia Potira.


Lenda de MuiraQuitã

                                                                 MuiraQuitã


Antigamente havia uma tribo de mulheres guerreiras, as ICAMIABAS, que não tinham marido e não deixavam ninguém se aproximar de sua taba. Manejavam o arco e a flecha com uma perícia extraordinária. Parece que Iací , a lua, as protegia. Uma vez por ano recebiam em sua taba os guerreiros Guacaris, como se fossem seus maridos. Se nascesse uma criança masculina era entregue aos guerreiros para criá-los, se fosse uma menina ficavam com ela. Naquele dia especial, pouco antes da meia – noite, quando a lua estava quase a pino, dirigiam-se em procissão para o lago, levando nos ombros potes cheios de perfumes que derramavam na água para o banho purificador. À meia- noite mergulhavam no lago e traziam um barro verde, dando formas variadas: de sapo, peixe, tartaruga e outros animais. Mas é a forma de sapo a mais representada por ser a mais original. Elas davam aos Guacaris, que traziam pendurados em seu pescoço, enfiados numa trança de cabelos das noivas, como um amuleto. Até hoje acredita-se que o Muiraquitã traz felicidades a quem o possui, sendo, portanto, considerado como um amuleto de sorte.

Lenda da Erva-Mate


                                                                 Erva- Mate


Diz a lenda que toda tribo tinha partido para a guerra. Mas um homem, por causa de sua idade avançada, teve que ficar. E ele ficou chorando no alto de uma colina, vendo os jovens guerreiros partirem. Ele se lembrava de quando ele era um valente guerreiro e como, agora, estava fraco e envelhecido. Sua única alegria era sua filha Iari. Ela já tinha recusado muitos pedidos de casamento para ficar ao lado do velho pai. Um dia, chegou ao rancho do velho guarani um viageiro estranho: com roupas coloridas e olhos lembrando o azul do céu longínquo. O velho logo percebeu que o homem vinha de muito longe e recebeu o viageiro com amizade. Iari foi buscar os melhores frutos da floresta e o mel mais doce das abelhas. O velho índio, com os olhos cerrados para melhor lembrar histórias de um mundo afastado no tempo, recordava episódios de sua mocidade. Tudo era feito para que as horas que o estrangeiro passasse naquele rancho fossem agradáveis. No outro dia, com o sol raiando, o viajante já estava pronto para partir. Dirigiu-se então ao velho índio e disse: – Você é uma pessoa muito boa. E a sua bondade merece ser recompensada. Eu sou um mensageiro de Tupã, espírito do bem. Pede o que quiser e eu lhe darei. – Nada mereço pelo que fiz, senhor! – respondeu o guarani. Mas gostaria de um companheiro para a minha velhice, para que minha filha Iari pudesse casar e formar sua própria família. É só o que eu peço: um amigo fiel que fique comigo e me dê ânimo. O mensageiro de Tupã sorriu. Em suas mãos brilhava uma planta repleta de folhagens verdes. O viageiro entregou a planta ao velho e disse: – Deixa crescer esta planta e bebe de suas folhas que você vai ter o companheiro que tanto deseja. Esta erva traz em si a força de Tupã e trará conforto para todos os homens de tua tribo. E Iari será a protetora das florestas. As caminhadas de guerra serão menos cansativas e os dias de descanso mais felizes. E desde então, Caá-Iari é senhora dos ervais e deusa dos ervateiros.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Lenda da mão peluda

A muitos anos em Nova Venécia ocorriam os mais estranhos e inesplicáveis assassinatos. Várias pessoas apareciam mortas por estrangulamento sem outras marcas mais que as do pescoço. Cinco marcas que pareciam produzidos por cinco plumas de ferro.

Um dia fui convidado por um nobre amigo que vivia às proximidades da Fazenda Santa Rita , era fanático por armas e me mostrava sua coleção quando de repente vi uma mão humana, negra, ressecada e cheia de pêlos horríveis, com as unhas amareladas. Quando lhe perguntei onde ele tinha conseguido aquela mão me disse: "- Era do meu melhor inimigo, a cortei com um golpe e a coloquei para secar durante oito dias, sempre quer fugir e por isso está acorrentada."
Os crimes continuaram acontecendo e um dia fui acordado pelo meu irmão que me dizia que meu nobre amigo tinha sido assassinado pela noite. Entrando na sua casa vi o cadáver rendido por espadas, tudo indicava que tinha sido uma luta terrível, e seu pescoço apresentava as cinco marcas descritas anteriormente. Dominado pelo medo corri até a sala onde tinha visto a mão peluda e não estava.
Vários meses depois do crime, tinha o mesmo pesadelo: a horrível mão corria por toda a minha casa como uma aranha, e com grande velocidade se movia subindo nas cortinas e paredes.
A mão foi encontrada sobre a tumba do meu nobre amigo, ainda hoje dizem que ela aparece cometendo vários crimes.

Lenda do vaqueiro misterioso

Ele aparece de repente nas fazendas dos confins do Sertão, ou em regiões pastoris do Brasil Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu. Sua montaria é um cavalo velho ou uma égua de aparência cansada, imprestável. Está sempre vestido humildemente, com um gibão de couro surrado e o chapéu de vaqueiro encobrindo seu olhar misterioso. Atende por vários nomes. Às vezes, por nome nenhum.
Aparece nas ocasiões onde há vaquejadas ou apanha de gado novo, ferra ou batida para campear. Devido à sua aparência, torna-se alvo de zombaria dos demais vaqueiros e campeadores. Contudo, vence a todos os outros. É o mais ágil, o mais esperto, o melhor, o herói. É aclamado pela multidão, desejado pelas mulheres, o convidado de honra do fazendeiro. Ele, porém, recusa todas as honrarias, e desaparece da mesma forma que surgiu. Ninguém sabe como e nem para onde foi.
(Este é um mito de origem lusitana, com variações locais, que ocorre em todas as regiões de pastoreio do Brasil: Nordeste, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. Para o folclorista Luís da Câmara Cascudo, "moralmente, é um símbolo da velha profissão heróica, sem registros e sem prêmios, contando-se as vitórias anônimas superiores às derrotas assistidas pelas serras, grotões e várzeas, testemunhas que nunca prestarão depoimento para esclarecer o fim terrível daqueles que vivem correndo atrás da morte").

Lenda do quibungo

O Quibungo é uma lenda trazida pelos escravos bantos vindos de Angola para o Brasil. Como toda manifestação popular, sofreu interferências culturais ao ser trazida para as terras brasileiras. Na Bahia, essa história é contada com o objetivo de disciplinar, a partir do medo, as crianças teimosas que se afastam dos pais ou que se recusam a obedecer aos adultos.

Metade homem e metade animal, o Quibungo tem uma cabeça grande e uma boca enorme, que fica em suas costas, por onde engole as crianças. Não possui grande inteligência ou esperteza. Nas histórias contadas, ele pode ser morto por qualquer tipo de arma. Ao ser atacado, grita apavorado.

A lenda do Quibungo se assemelha à do Velho do Saco, uma história de raízes portuguesas que conta sobre um homem velho feio, esfarrapado e sujo que tinha um saco grande nas costas. Ao ver crianças teimosas ou sozinhas, pegava-as e colocava-as no saco e com elas desaparecia. O saco nas costas, onde são colocadas as crianças, assemelha-se à bocarra nas costas do Quibungo.
A lenda é uma história que relata acontecimentos fantasiosos (envolvendo pessoas, animais, elementos da natureza e figuras míticas), que se passaram em certo tempo e lugar. Pode ter traços de realidade, ou não. Muitas vezes, as lendas misturam realidade e fantasia, construindo uma nova versão para um fato. O Quibungo surgiu na África por um determinado motivo e tomou outra conotação quando chegou ao Brasil.

Em Angola ou no Congo, o termo Quibungo significa lobo animal. Entre aqueles povos, existiam bandidos que invadiam povoados e aldeias roubando os seus pertences, escravizando homens e velhos, ou sequestrando mulheres e crianças. Os africanos denominaram os grupos que agiam dessa forma de quibungo, ou seja, aquele que entra sem ser convidado.
O pavor causado pelos bandos às comunidades inspirou a criação desse personagem horrendo, que foi transmitido por muito tempo e chegou até a Bahia, no Brasil, com a vinda dos escravos. Não se pode afirmar, ao certo, se a forma física do bicho é a mesma.

No Brasil, já existiam lendas que aterrorizavam as crianças como a Cuca, a Mula-sem-cabeça, o Lobisomem. Nessa mistura de culturas, o Quibungo sofreu alterações e passou a ter objetivos diferentes. As histórias criadas com o conto sempre apresentam finais trágicos e ao mesmo tempo felizes.

Podemos observar que, mesmo a lenda ocorrendo em locais diferentes e com pessoas vivendo situações outras, o objetivo primeiro da lenda, que é apavorar, ocorre em todos os lugares citados. Esse é o elo que existiu entre a lenda nos diversos lugares de ocorrência. A Lenda do Quibungo não migrou com os bantos para outros estados porque a Lenda que eles trouxeram estava relacionada aos problemas vividos na África e não no Brasil. A Bahia se apropriou do termo e criou o bicho para resolver os problemas que estavam sendo vividos pelas comunidades na época. Com isso, ela passou a fazer parte do folclore baiano.

Muitos contos sobre o Quibungo foram narrados por João da Silva Campos: O Quibungo e a Cachorra, A menina e o Quibungo, O Quibungo e o Homem, A Aranha Caranguejeira e o Quibungo, O Quibungo e o Saco das Penas, O Quibungo e o filho Janjão. Suas histórias surgem em um conto romanceado, com trechos cantados, como é comum na literatura oral na África e na China, onde normalmente ocorre ao ar livre em ruas ou praças.

Com o tempo, muitas foram as associações feitas a esse bicho, como feiticeiro, demônio, lobisomem e macacão. Porém, continua sendo aquele ser que prefere a carne fresca das crianças.

Lenda a procissão dos mortos

A Lenda da Procissão das Almas, conta sobre uma velha, que vivia sozinha na sua casa, e por não ter muito que fazer, nem com quem conversar, passava a maior parte do dia olhando a rua através da sua janela, coisa muito comum no interior. Até que numa tarde quando estava quase anoitecendo ela viu passar uma procissão, todos estavam vestidos com roupas largas brancas (como fantasmas) com velas nas mãos e ela não conseguia identificar ninguém, logo estranhou, pois sabia que não haveria procissão naquele dia, pois ela sempre ia à igreja, e mesmo assim quando havia alguma procissão era comum a igreja tocar os sinos no inicio, mas nada disso foi feito. E a procissão foi passando, até que uma das pessoas que estava participando parou na janela da velha e lhe entregou uma vela, disse a velha guardasse aquela vela e que no outro dia ela voltaria para pegá-la .Com a procissão chegando ao fim a velha resolveu dormir, e apagou a vela e guardou-a. No outro dia, quando acordou, a velha foi ver se a vela estava no local onde ela guardou, porém para sua surpresa no local em que deveria estar a vela estava um osso de uma pessoa já adulto e de uma criança.
Horrorizada, a velha senhora persignou-se e rezou o credo com devoção e fervor, repetindo esse procedimento algumas vezes durante o dia. Um longo dia, por sinal, mas que finalmente se foi, como é o destino inexorável de todos eles. E então, pouco antes da meia-noite, ela, trêmula de medo, devolveu os ossos e duas velas bentas à figura embuçada que lhe apareceu diante da janela, recebendo da mesma a seguinte recomendação: ”Que isto te sirva de lição, pois a Procissão das Almas não é para ser vista pelos viventes”.
Dizem que a Procissão das Almas, em Mariana, é baseada nessa lenda, e por isso os devotos que dela participam usam os mesmos trajes e aparatos descritos pela senhora que presenciou a Procissão das Almas.

Lenda o pé de garrafa

O Pé de Garrafa é um ente que vive nas matas e capoeiras. Raramente é visto. Mas ouvem sempre seus gritos agudos ora amendrontadores ou tão familiares que os caçadores procuram-no, certos de tratar-se de um companheiro ou parente perdido no mato.
E quanto mais procuram menos o grito lhes serve de guia, pois, multiplicado em todas as direções, desorienta, atordoa, enlouquece. Então os caçadores acabam perdidos ou voltam para casa depois de muito esforço para reencontrar o caminho conhecido. Quando isso acontece sabem tratar-se do Pé de Garrafa. Logo poderão encontrar os vestígios inconfundíveis de sua passagem, claramente assinalado por um rastro redondo, profundo, lembrando perfeitamente um fundo de garrafa. 


  Supõem que o estranho fantasma tenha as extremidades circulares, maçicas, fixando assim os vestígios que lhe servem de assinatura. Vale Cabral , um dos primeiros a estudar o Pé de Garrafa, disse-o natural do Piauí, morando nas matas como o Caipora. A julgar pelas enormes pegadas que ficava na areia ou no barro de massapê devia ser de estatura invulgar, talvez maior que dois homens.
Outro historiador, o Dr. Alípio de Miranda Ribeiro foi encontrar o Pé de Garrafa em Jacobina, Mato Grosso. Seu informante, Sebastião Alves Correia, administrador da fazenda, fez uma descrição mais ou menos completa. Disse ele: "O Pé de Garrafa tem a figura dum homem; é completamente cabeludo e só possui uma única perna, a qual termina em casco em forma de fundo de garrafa."
É uma variante do Mapinguari amazônico e do Capelobo. Grita, anda na mata e tem uma pegada circular. Não há nenhuma informação se o Pé de Garrafa mata para comer ou é inofensivo. Também, não há relatos de que já tenha atacado alguém.
Nas velhas missões de Januária, em Minas Gerais, o mítico Bicho-Homem é também chamado Pé de Garrafa. O Prof. Manoel Ambrósio explica que " o Bicho-Homem tem um pé só, pé enorme, redondo, denominado por isto - pé de garrafa."
Há outro personagem cujo nome é Pé de Quenga, uma espécie de demônio que deixa vestígios semelhantes ao que seu irmão Pé de Garrafa imprime na areia dos riachos e no barro vermelho. São rastros redondos, configurando a intrigante presença de um ser fora do comum. O Pé de Garrafa é sem dúvida o Pé de Quenga. Mas não possui poderes infernais, nem a fome insaciável dos demais monstros da sua categoria.
Barbosa Rodrigues informa que o Caapora era conhecido em certos Estados como sendo unípede e com um casco arredondado. O Pé de Garrafa possui, claramente, traços característicos do Caapora, do Mapinguari, do Capelobo e do Bicho-Homem. A pata redonda, que lhe dá o nome, lembra o Pé de Quenga. De verdade o mito está tão mesclado que o Pé de Garrafa, gritador inofensivo do Piauí, perturbador dos caminhos em Mato Grosso, ao chegar em Minas Gerais ganha o nome de Bicho-Homem, e torna-se um devorador insaciável de viajantes e residentes incautos.

Lenda da mão cabeluda

Diz o povo de Chaval, que mora próximo ao Açude Novo, que dentro do açude tem uma assombração, denominada Mão Cabeluda. Dizem que esta Mão Cabeluda, toma forma de diversas assombrações como: Cobra; mulher gritando em volta do açude e em uma grande mão que tenta agarrar os banhistas principalmente os noturnos. Algumas senhoras contam que quando lavavam roupas, sentiram uma mão forte agarrando-as pelas pernas, pediram socorro e só foram socorridas , quando invocaram Nossa Senhora de Lourdes e Jesus Cristo. Outras pessoas mais antigas falam que esta mão começou a aparecer, depois que morreu um senhor afogado no açude. O mesmo senhor gostava de tomar banho altas horas da noite.

Lenda do joão-de-barro

Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.

Segundo a lenda,  há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.
O pai dela então perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.

Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.

E o velho respondeu:
- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.

Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.

Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!

E foi naquele exato  momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.

Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.

Lenda a gralha-azul

A gralha-azul é uma ave que tem por hábito enterrar pinhões em tempo de fartura para armazená-los e ter a comida garantida. Muitas vezes ela não volta a desenterrar o mesmo e eles germinam dando origem a novos pinheiros.
Por essa razão, pesquisadores afirmam que a ave é de grande importância para a conservação da floresta de araucárias.
Segunda a lenda da Gralha-Azul seu comportamento de enterrar pinhões tem outro motivo...
Há muitos anos a Gralha-Azul era, na verdade, uma ave negra. Certo dia enquanto descansava num pinheiro sentiu um lenhador golpeando o tronco da árvore.
A árvore tombou no chão.
Triste e inconsolável a ave voou bem alto no céu, parecia querer acordar de um pesadelo. Lá ela ouviu a voz de um anjo que disse que ia pintá-la da cor azul, igual ao céu. Em troca, ela ajudaria a preservar a floresta plantando sempre mais pinheiros.
Dizem por aí, que sempre que um caçador tenta atirar na ave,a arma explode em suas mãos.

Lenda do bicho homem

No fundo das matas virgens e encostas das escarpadas serras de São João das Missões de Januária, segundo lendas antigas, morava o bicho-homem. Rezavam elas que em tempos primitivos, dezenas de índios caçadores e meladores daquela aldeia foram por ele devoradas.
Diziam-no um gigante tão alto, que sua cabeça tocava as frondes das mais altas arvores, tendo um olho só, um pé só, pé enorme, redondo, denominado por isto de pé de garrafa.
Afirmavam que em eras não mui remotas, um dia pela estrada real apareceram as pegadas extraordinárias jamais vistas, de uma criatura humana.
Mais de vinte cavaleiros infrutiferamente seguiram-nas por muitos dias.
A idéia e o perigo de encontrar-se o bicho-homem os dissuadiram da empresa. Não poucos atestavam tê-lo visto, pintando-o com cores vivas e tão vivas, que nunca mais na aldeia essas se apagaram da imaginação aborígene.
De tempos a tempos sucedia que lenhadores, caçadores e meladores, amedrontados e escarreirados das brenhas e carrascais aos gritos do bicho-homem, alarmavam a aldeia.
Esses gritos eram horrorosos; e se um dia por desgraça, saísse o bicho dos seus esconderijos das montanhas, bastaria um só para arrasar o mundo.
Sua existência estava povoada por sinais de seus dedos monstruosos e aguçadas unhas, lanhando as terras vermelhas e pedras das paredes dos altos montes, os escalavrados cor de sangue das ladeiras íngremes e mais que tudo os pedaços de sua longa cabeleira que de passagem deixava-os pendurados nas ramagens. E aos bocados apanhando-os juravam e juravam tanto por essa existência, tais a certeza e a convicção dessa verdade, que as gerações modernas nunca mais a esqueceram.
Um dia, em 1893, em demanda do arraial do Jacaré, ribeirinho povoado do São Francisco, fronteiro ao grande morro do Itacarambi, chegara de carreira um tapuia das cercanias, conduzindo três filhinhos.
Ali entrara desvairada, gritando, pedindo socorro, bradando misericórdia. Cercaram-na, indagando a causa.
Era o bicho-homem que gritava na floresta, tendo descido as montanhas; que lá vinha errando e o mundo estava pr’acabar.
Que bem diziam os seus antepassados!
Ela e muita gente sua tinha ouvido os seus horrores.
Por essas catingas, apontava ela, estirando a dextra, em busca da beira do rio, muito povo, muito povo correndo!
Causava lástima ver-se o estado triste, desesperador, dessa pobre criatura em desalinho, roupas em tiras, olhos esbugalhados, apontando sempre quase louca em rumo as montanhas interiores.
— Ah! o bicho-homem! Ouvi gritar! É horroroso! É horroroso, Virgem Mãe do Céu!
O povo olhava atônito para o fundo escuro das selvas, onde, a um canto ao norte, se alteiava o dorso gigante do Itacarambi.
Estaria, porventura, o monstro ao detrás do fabuloso e vizinho monte?
Existia a lenda.
De fato, seria verdadeira a historia do bicho-homem? Seria mentira dessa cabocla e deveras andariam outros correndo, amedrontados como ela?
— Uai! uai! uai! uai! ai! ai!... ô! ô! ô! ô!... ai! ai! ai! ai! ai! ai! uai... ai ai ai ai! ô! ô! ô! ô!... bradara desse instante forte por mais de três léguas em torno um grito formidável, de ferro, realmente pavoroso de lástima, alto, profundo, imenso, aterrador e pungente, vale em fora — o apito de vaia, descomunal, vagabundo, peralta, desmantelado, gracista, metido a sebo e pedante, do vapor Rodrigo Silva de passagem por aquele porto.

Lenda do arranca linguas

De acordo com as pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém muito maior do que um Gorila ou um homem, segundo contam um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais como, bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia